Dados do Trabalho


Título

RESISTIVIDADE ELETRICA REVELA A ESPESSURA DE CAMADA DE REJEITO DA BARRAGEM DO FUNDAO, MARIANA, MG

Resumo

O extravasamento de aproximadamente 44 Mg3 de rejeitos de minério de ferro, oriundos do rompimento da barragem do Fundão, no Município de Mariana-MG, causou grande impacto nos ecossistemas fluviais ao longo da calha do Rio Doce. Conhecer a profundidade e a disposição da camada de rejeito nas áreas mais impactadas é de suma importância para definir estratégias recuperação e manejo. Neste trabalho, objetivou-se identificar a profundidade das camadas de rejeito através da resistividade elétrica (RE) em um segmento do Rio Gualaxo do Norte-MG. Um transecto de 19,5 m foi delimitado, em posição perpendicular ao curso d’água. As leituras de RE foram obtidas por meio do resistivímetro modelo 4-Point-Light 10W. Foi adotado o arranjo dipolo-dipolo, utilizando 40 eletrodos espaçados em 0,5 m um do outro, com o eletrodo de número 40 posicionado a cerca de 3 m do rio. Na ocasião, foram tomadas amostras para determinação de umidade e análise granulométrica em 5 camadas (0,2 m de espessura) até a profundidade de 1 m, sendo 5 pontos uniformemente espaçados ao longo do transecto. Os menores valores de RE foram observados nas áreas de maior umidade. A análise granulométrica indicou que a maior parte do rejeito é representada principalmente pela fração silte. As áreas com maiores teores de silte foram as que exibiram os menores valores de RE (168 - 635 ohms m-1). Em contraste, os locais mais resistivos se associaram ao substrato mais arenoso ao longo do transecto. Tal resultado se deve à natureza do rejeito depositado, que é rica em ferro e, portanto, menos resistivo que o material original, mais arenoso, dos solos enterrados (Neossolos Flúvicos e/ou Cambissolos). Foi possível inferir que toda a região subsuperficial, com RE > 1335 ohm m-1, represente a superfície original do terraço fluvial. Portanto, a RE permitiu estimar a espessura da camada de rejeito, que variou de cerca de 0,75 até mais de 3 m, partindo do início do transecto até a margem do rio.

Palavras-chave

Geofísica; Tecnossolos; Minério de ferro.

Instituição financiadora

CNPq e CAPES

Agradecimentos

Projeto Terrantar e UFV

Área

Divisão 1 – Solo no espaço e no tempo: Comissão 1.3 - Pedometria

Autores

ÍCARO OLIVEIRA DE MIRANDA, FERNANDES ANTÔNIO COSTA PEREIRA, HEITOR PAIVA PALMA, LUCAS LADEIRA BARBOSA, FABRÍCIO MORAIS ROSA, CARLOS ERNESTO GOLÇALVES REYNAUT SCHAEFER, MARCIO ROCHA FRANCELINO