Dados do Trabalho

Título

SOLOS ACIDOS SULFATADOS COMO INSTRUMENTOS DE GESTAO TERRITORIAL NA ILHA DE SANTA CATARINA

Resumo

O conhecimento da formação e das propriedades dos solos nas planícies costeiras é fundamental para uma gestão territorial sustentável, sobretudo pela presença de Solos Ácidos Sulfatados (SAS). Estes solos possuem enxofre inorgânico reduzido que quando expostos a presença de oxigênio, podem resultar em vários impactos ambientais, como acidificação e degradação dos solos e ambientes aquáticos, morte de organismos, danos a construções e perdas econômicas. Devido a estas consequências ecológicas e socioeconômicas, os SAS fazem parte de estratégias nacionais na Austrália, cuja gestão destes solos é comumente regulamentada por instrumentos de planejamento estaduais e dos territórios. Neste contexto, este trabalho analisou a ameaça de acidificação dos SAS do setor da planície costeira do Pântano do Sul, Ilha de Santa Catarina, Florianópolis-SC, sob a perspectiva da diretriz nacional australiana. Para tanto, foram realizadas descrições e coletas de solos em duas hidrossequências e a ameaça de acidificação foi quantificada pela abordagem do Balanço Ácido-Base. Os resultados apontam para a presença de horizontes com acidez líquida variando entre 16 a 1600 mol H+/t ao longo de toda a planície. Estes horizontes hipersulfídricos possuem diferentes texturas e composições minerais e orgânicas, além de estarem em profundidades variáveis. Também, se verificou que a maioria dos horizontes analisados supera o critério de ação australiano de acidez líquida ≥18, ≥36 e/ou ≥65 mol H+/t, a depender da textura e volume de solo perturbado. Deste modo, intervenções na paisagem do setor da planície costeira do Pântano do Sul que requerem mobilização do solo e/ou alteração do nível freático possuem um perigo muito alto para acidificação dos SAS e impactos ambientais correlatos. Assim, estas informações devem então ser incorporadas ao planejamento urbano e territorial dentro dos instrumentos e políticas existentes, ou inclusos em novos, a fim de garantir uma gestão territorial sustentável.

Palavras-chave

Pedologia, Solos tiomórficos; Áreas úmidas, Planície Costeira,

Instituição financiadora

Agradecimentos

O 1° autor agradece a FAPESC e CAPES pela bolsa de estudo

Área

Divisão 1 – Solo no espaço e no tempo: Comissão 1.1 - Gênese e Morfologia do Solo