Dados do Trabalho

Título

ACUMULO DE ELEMENTOS POTENCIALMENTE TOXICOS EM PLANTAS COMESTIVEIS CULTIVADAS EM SOLOS IMPACTADOS POR REJEITOS DE MINERAÇAO

Resumo

A deposição de rejeitos de mineração em ecossistemas naturais e agrícolas levanta preocupações sobre os riscos à saúde humana, principalmente em ambientes estuarinos onde a dissolução de óxidos de Fe, principal componente dos rejeitos, pode levar à liberação de elementos potencialmente tóxicos (EPTs). Sete anos após o "Desastre de Mariana", ainda não foi avaliado o risco à saúde humana decorrente do consumo de alimentos produzidos em solos impactados por rejeitos de mineração no estuário do Rio Doce. Solos e espécies de plantas comestíveis cultivadas no estuário do Rio Doce foram coletadas em agosto de 2021. Avaliamos os níveis totais de EPTs em diferentes partes das plantas cultivadas (cacau, banana e mandioca) nos solos estuarinos e calculamos seus fatores de bioconcentração (BCF), bem como os níveis de EPTs associados às principais frações do solo. Nossos resultados mostraram uma baixa transferência dos solos para as partes comestíveis das plantas (BCF < 1). No entanto, as concentrações de Cd, Cr, Cu, Ni e Pb nos tecidos comestíveis (frutos e tuberculos) ultrapassaram os valores limite em todas as culturas estudadas. A associação entre EPTs e óxidos de Fe, que muitas vezes atuam reduzindo a fitodisponibilidade dos EPTs, pode não ser um mecanismo eficiente em ambientes redox-ativos como solos estuarinos. Com base nessas descobertas, novas pesquisas devem abordar os riscos dos alimentos produzidos e consumidos pelas comunidades locais.

Palavras-chave

cultivos; poluição por metais; avaliação de riscos para a saúde humana; óxidos de ferro.

Instituição financiadora

Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (processos: 18/08408-2, 18/04259-2, 19/19987-6, 19/14800-5, 20/12823-5, 21/00221-3, 22 /12966-6, 22/00296-6); Fundação de Amparo do Espírito Santo (nº 77683544/2017); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (processos: 301161/2017-8 e 305996/2018-5); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (código de financiamento 001); Xunta de Galicia-Consellería de Educación e Ordeanción Universitaria de Galicia (bolsa número GRC GI 1574) e pelo grupo estratégico CRETUS (processo AGRUP2015/02).