Dados do Trabalho

Título

CICLAGEM BIOQUIMICA DE FE E MN EM ESPECIES DE PLANTAS DE CAMPOS RUPESTRES

Resumo

A vegetação dos Campos Rupestres (CR) apresenta diversas estratégias adaptativas em função do ambiente xérico e oligotrófico, com solos apresentando elevados teores de Fe e Mn. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ciclagem bioquímica de Fe e Mn em espécies de plantas de CR. Amostras de folhas jovens e senescentes das espécies Cattleya caulescens (Orchidaceae), Lychnophora pinaster (Asteraceae) e Stachytarpheta glabra (Verbenaceae) foram coletadas em áreas de canga ferruginosa na Serra da Calçada, Brumadinho-MG. As amostras foram devidamente preparadas e submetidas à digestão nitro-perclórica. Os teores totais de Ca, Fe e Mn foram dosados por ICP-OES. A ciclagem bioquímica de Fe e Mn foi calculada considerando o Ca como nutriente marcador (nutriente pouco móvel). Valores positivos indicam ciclagem, enquanto valores negativos indicam não ciclagem do nutriente. Os dados foram submetidos aos testes de Shapiro-Wilk e de Bartlett e as médias foram agrupadas por meio do teste de Skott-Knott (p < 0,05). Diferenças significativas entre espécies foram observadas para a ciclagem de Fe e Mn. As espécies S. glabra e L. pinaster apresentaram os maiores valores para ciclagem de Fe (18,93) e Mn (10,3), respectivamente. Estas mesmas espécies apresentaram valores negativos para a ciclagem de Mn (S. glabra) e Fe (L. pinaster). A espécie C. caulences apresentou valores negativos para a ciclagem de Fe (-115,88) e Mn (-12,78). Os resultados mostram a coexistência tanto da estratégia de ciclagem quanto da estratégia de não ciclagem de Fe e Mn, indicando a presença de diferentes estratégias para a ciclagem de nutrientes na vegetação de canga. Mesmo o Fe e o Mn sendo considerados elementos pouco móveis nas plantas, essas informações podem ser aplicadas na seleção de espécies de plantas para projetos de recuperação de áreas degradadas e projetos de preservação ambiental, a depender do substrato a ser revegetado.

Palavras-chave

RAD, espécies endêmicas, canga ferruginosa.

Agradecimentos

UFV, CNPq, VALE.