Dados do Trabalho


Título

NOVA ABORDAGEM PARA DETERMINAR O REQUERIMENTO DE NITROGENIO EM CANA-DE-AÇUCAR

Resumo

Há pouco suporte agronômico para recomendações de nitrogênio (N) com base na produtividade esperada, apesar do uso generalizado em todo o mundo. O presente estudo testou a hipótese de que a cana-de-açúcar (Saccharum spp.) cultivada em solos argilosos e com maiores teores de matéria orgânica do solo (“Solos de Alto Potencial Produtivo – Solos Bons”) requer menos N do que a cana-de-açúcar cultivada em solos arenosos, com baixo teor de matéria orgânica (“Solos de Baixo Potencial Produtivo – Solos Pobres”). Um total de 146 curvas de resposta N de cana-de-açúcar (soca) no sudeste do Brasil foram coletadas da literatura. Não foi observada correlação significativa entre a dose economicamente ótima de N (Nopt, kg/ha) e a produtividade (Mg/ha, produtividade obtida em Nopt). A análise multivariada identificou variedade, produtividade e saturação por bases (SB) como os fatores que mais afetam a exigência de N (Nreq, kg N/Mg colmo), enquanto o sistema de colheita (cana queimada ou crua) teve efeito limitado sobre o Nreq. Houve uma correlação negativa entre o rendimento em Nopt e Nreq, demonstrando que doses mais altas de N são necessárias para maximizar o rendimento em locais de baixo rendimento. O Nreq foi de 1,3, 0,9, 0,7 e 0,6 kg N/Mg colmo para rendimentos esperados < 69, 69-84, 84-102 e > 102 Mg/ha, respectivamente. Esses valores diferem do padrão de 1,0 kg N/Mg de colmo atualmente utilizado no Brasil. Derivar o Nreq como o quociente entre a dose de N economicamente ótima e a produtividade de um determinado local resulta em um índice de recomendação de N (kg N/Mg cana) com base indireta no poder de suprimento de N do solo, consistente com sólidos princípios agronômicos

Palavras-chave

Saccharum spp.; cana soca; fertilização nitrogenada; cana crua; sustentabilidade.

Instituição financiadora

FAPESP

Área

Divisão 3 – Uso e Manejo do Solo: Comissão 3.1 – Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas

Autores

GUILHERME MARTINELI SANCHES, JOSÉ EDUARDO CORÁ, RAFAEL OTTO